15 de maio de 2022
Por: Shooting Star
A falsificação de objetos fossilizados sempre foi um problema, que atrasa os estudos científicos. Isso se explica pelos inúmeros casos de objetos fossilizados falsificados, como por exemplo o ‘’ suposto’’ crânio encontrado do Homem de Piltdown, em 1912, na Inglaterra; as edições distorcidas de imagens que demonstram o falso descobrimento de ossos de dinossauro; ou, em tempos mais distantes, a falsificação egípcia de um dedão do pé, feita com linho, cola e gesso, em 1295, o que prova que esse problema não é de agora. Nesse sentido, para tentar amenizar esse quadro, os cientistas O. Mateus, M. Overbeeke e F. Rita, publicaram no periódico “Journal of Paleontological Techniques“, um artigo científico sobre métodos para identificar a falsificação de fósseis.
A explicação iniciou-se com a dedução dos 3 tipos de fósseis falsificados existentes: Os que apresentam partes reais, porém foram moldados para realçar sua atratividade; os que foram gerados totalmente pelas técnicas científicas humanas e os que são integralmente genuínos, porém estão mesclados com algumas partes de outros seres fósseis, sobretudo da mesma linhagem.
Mas, sem mais delongas, como saber se um fóssil é verídico ou adulterado?
O estudo começou abordando a comparação por meio da observação. Isso porque, várias partes de um fóssil podem se encontrar diferenciadas ente si, como por exemplo na textura, tamanho, densidades, fraturas, ou até mesmo cores discrepantes ao longo de suas estruturas. Mas, segundo o artigo, só a utilização desse método, para iniciantes, não é o suficiente, pois para tal precisa-se ter uma visão bem treinada.
Para encobrir ou completar espaços vazios no fóssil, o artigo apontou o uso indevido de substâncias como cola, argila e geopolímeros — esse para a recriar uma imitação da rochas matriz. A publicação científica apresentou formas de detectar a presença dessas substâncias: o uso de aparelhos específicos, como microscópios estereoscópicos, pois ampliam a visão, fazendo com que a imagem superficial que abrange essas substâncias fiquem claras e mais detalhadas. Também complementou o estudo dizendo que a realização de pequenos arranhões no local que se suspeita ter a presença dessas substância é útil, para reforçar o diagnóstico se o fóssil é falso ou verdadeiro.
O estudo abordou a utilização de alguns ácidos para identificar as falsas fusões de crânio verdadeiro com pedaços de crânios ilegítimo ou outro material parecido, que para parecer ainda mais reais, são recobertos por grãos de areia e agregados de minerais. Alguns exemplos desses ácidos são o clorídrico e o acético, que ao reagir com esses minerais, formam bolhas.
Outro método abordado é a utilização do fogo, que em contato com a argila, cola e outras substâncias usadas para o preenchimento, entram em fusão.
Por último, foi demonstrada uma técnica altamente eficaz na distinção de um fóssil que é por meio do raio x. Essa técnica consiste em visualizar partes internas dos fósseis. Por meio dela, é possível saber se a estrutura interior de um fóssil é inteiramente verdadeira, ou se foi preenchida.
Artigo fonte: Mateus, O. ; Overbeeke, M. and Rita, F. (2008). Dinosaur frauds, hoaxes and “frankensteins”: how to distinguish fake and genuine vertebrate fossils. Journal of Paleontological Techniques, v.2 . n. 22 . p.1-5 <Clique aqui para acessar o artigo fonte>
Fonte e legenda da imagem de capa: Escultura de um fóssil que poderia retratar um fake fóssIl moldado na superfície da rocha. Autoria de Guy Courtois, extraída do site commons.wikimedia.org <link>