27 de junho de 2022
Por: Lowrany Alayde Ferreira Abrantes
A fauna mudou consideravelmente com os milhares de anos passados desde o início da vida na terra (há cerca de 3,8 bilhões de anos). De modo geral, os animais mais estudados já extintos são os dinossauros terrestres. Apesar disso, existiam muitos outros grupos de organismos como microrganismos (microfósseis), mamíferos e répteis marinhos (que serão o foco dessa divulgação). Vale notar que os constituintes desses grupos, nem sempre possuem representações de organismos similares a eles viventes atualmente.
O grupo dos ictiossauros pode ser “comparado” com golfinhos na aparência, possivelmente viveram entre o Triássico e o Cretáceo e são considerados animais marinhos gigantes, por poderem chegar até a 20 metros de comprimento. Possuem “sangue quente” e por isso são considerados homeotermos. São animais hidrodinâmicos, e segundo os registros fósseis possuem 6 nadadeiras. A respiração nesse caso é feita por pulmões com o uso de ar atmosférico e sabe-se que a alimentação desses animais era baseada principalmente em moluscos e peixes. Os fósseis encontrados indicam que eram animais vivíparos (nasciam como indivíduos jovens e já desenvolvidos). É um grupo com regisros fósseis encontrados em diversas partes do mundo.
Muito possivelmente você já ouviu falar da história do monstro do lago Ness, isso começou na Escócia retratando um monstro gigante que viveria nas profundezas de um enorme lago e já foi retratado em diversos meios. A história do monstro em si é muito antiga com relatos de aparições já no século VI. Seguindo a descrição do que seria esse enorme monstro, as características o aproximam bastante dos achados fósseis do que são os plesiossauros.
Os achados fósseis indicam que o grupo é considerado um réptil com características homeotérmicas, de pescoço muito longo (podendo ter até 71 vértebras cervicais) e que podem chegar a 15 metros de comprimento total. As nadadeiras eram semelhantes a remos, ajudando na locomoção do animal. Analisando aspectos dos dentes, mandíbula e maxilar pode-se inferir que esses animais históricos se alimentavam de peixes e moluscos. Achados fósseis de fêmeas grávidas sugerem que esses também eram animais vivíparos. O grupo viveu do período Triássico ao Cretáceo e também possui registros em diversas localidades do mundo.
Algumas evidências tornam complicada a existência do monstro citado. Entre elas, a enorme distância temporal do período que são encontrados os fósseis de plesiossauros com os tempos mais recentes, além de uma busca feita pela BBC e a Google no ano de 2003 nas águas do lago, que não encontraram nada parecido com a espécie.
O último grupo que será comentado aqui é o dos Mosassauros que também são répteis grandes (1 a 15 metros) que viviam no período do Cretáceo Superior. Possuem todas as adaptações necessárias à vida aquática como os outros répteis citados aqui (como nadadeiras e viviparidade). A pele desses animais possivelmente era recoberta por escamas e ossos dérmicos que favoreciam a hidrodinâmica e a capacidade de nadar. Como já foi mencionado nesse texto, há exemplos ainda de outros répteis da época, que fogem a “regra” dos dinossauros, como as tartarugas encontradas na bacia do Araripe, no Brasil, por exemplo. Mas isso será assunto para um próximo texto.
Artigo fonte: Sgarbi, G. N. C.; Bittencourt, J.; Marinho, T. S. Répteis que um dia dominaram os mares. Terrae Didatica, v. 12, n. 1, p. 69–77, 2016. DOI: 10.20396/td.v12i1.8645966 <Clique aqui para acessar o artigo fonte>
Fonte e legenda da imagem de capa: Ilustração morfológica de um ictiossauro. Autoria de Heinrich Harder, extraída do site commons.wikimedia.org <link>.