Fósseis de mamíferos encontrados em Alagoas – Indícios de análises químicas apontam períodos mais secos durante o Pleistoceno Final

Belo Horizonte, MG — 21 de março de 2020

Por: Samuel Rodrigues

Cientistas encontram fósseis de nove grupos diferentes de mamíferos pleistocênicos no Sítio Paleontológico Lagoa de Inhapi, localizado no município de Inhapi, Alagoas. A descrição desse material contribuiu para o maior levantamento de dados sobre a riqueza da região, assim como a sua distribuição geográfica. Além disso, as análises dos fragmentos ósseos possibilitaram afirmar que a região apresentava baixos índices pluviométricos.

Inhapi é um município do sertão alagoano, localizado a 263 Km de Maceió, e representa cerca de 1,35 % da área do estado. De acordo com os pesquisadores, o sítio paleontológico apresenta feição sedimentológica de um paleocanal fluvial, do qual foram coletados os espécimes. Esse material foi preparado e armazenado na Coleção de Paleovertebrados da Universidade Federal de Alagoas. A partir de fragmentos ósseos, esses cientistas fizeram a identificação de quantidade mineral relativa nas peças, a fim de qualificar as substituições dos fósseis.

A descrição do material permitiu a inferência de uma região aberta com aporte de água e alimentos abundantes, semelhante à savana atual. Mas a pequena substituição de hidroxiapatita no processo de fossilização indica o clima seco. Dessa forma, o resultado das análises, tanto químicas quanto morfológicas, demonstraram que o sertão possuía bioma do tipo savânico, visto que a paleofauna encontrada era, em sua maioria, herbívora.

O Sítio Paleontológico Lagoa do Inhapi é um grande abrigo fóssil com grande diversidade de paleofauna, a qual, a partir de estudos, corroborou com outras pesquisas que também indicaram uma região aberta semelhante à Savana, ou ao Cerrado brasileiro.

Artigo fonte: Nascimento, J.S.O.; Silva, J.L.L.; Asakura, Y. (2018). Fósseis de Mamíferos Pleistocênicos em Paleocanal Fluvial, Município de Inhapi, Alagoas. Estudos Geológicos, vol. 28, n. 1, p. 20-34. Doi: 10.18190/1980-8208 <Clique aqui para acessar o artigo fonte>

Fonte da imagem: Extraída da Figura 1 do artigo fonte.

Publicado por Alexandre Liparini

Mineiro, gaúcho, sergipano, e por que não, alemão? No caminho sempre a paleontologia como paixão e agora como profissão. Adora dar aulas e pesquisar sobre origens e evolução. Se esse for o tema, podem perguntar, por que não?

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