As pegadas de Cal Orcko e a criação do Parque Cretácico

Pegadas de dinossauros, presentes em um local conhecido como Cal Orcko, onde hoje foi criado o Parque Cretácico, fornecem grandes informações para a paleontologia.

Belo Horizonte, Minas Gerais; 21 de março de 2020

Por: Laís Almeida Martins Izidoro

Segundo o artigo “As pegadas de Cal Orcko: o maior legado da paleontologia da América do Sul” publicado em 2018, na Revista Transformar, o pesquisador e paleontólogo Christian Meyer, nos anos 90, revelou dados sobre pegadas fossilizadas encontradas perto da cidade do Sucre, capital da Bolívia. Tal estudo possibilitou o reconhecimento dos animais a qual cada pegada pertence, a datação geológica e a identificação da flora local no período, além da conservação do local e criação de um parque temático.

As pegadas foram descobertas, em 1985, depois de algumas demolições realizadas no local, encontrando, assim, uma parede vertical com pegadas de dinossauros, sendo a maior parte deles do grupo dos saurópodes, terápodes e cerápodes. A parede, que possui 1.200 metros de comprimento e 110 metros de altura, conta com mais de 5.000 pegadas desses répteis do Cretáceo Superior.

Com a elevação da cordilheira dos andes, devido ao movimento de placas tectônicas que se encontram perto dele, ocorreu a mudança das correntes marítimas e, consequentemente, a formação de mares dentro do continente. Assim, as pegadas foram deixadas por dinossauros que passavam pela praia, e, com o tempo, elas foram litificadas, ou seja, se solidificaram formando vestígios fósseis.

As pegadas foram identificadas por meio de vários dados como tamanho, passada do animal e morfologia. Além disso, a datação geológica possibilitou a descoberta do período em que esses animais viviam e os grupos aos quais pertenciam. Por fim, foi possível também estudar a flora local do período em questão, revelando que existiam árvores altas e densas.

Após a revelação de todos esses dados, inicia-se um projeto de elaboração de um parque temático no local, sendo o início do processo de construção realizado em 2005. Com a direção de um paleontólogo e 5 paleoescultores, procederam com a construção de réplicas dos dinossauros que ali viviam, em escala real. Dessa forma, os visitantes podem ver as pegadas dos dinossauros, além de suas réplicas em seu hábitat natural, sendo esse parque de grande relevância para a divulgação de conhecimentos da paleontologia para a população.

Artigo fonte: Schmidt, G.A.; Costa, T.A. (2018). As pegadas de Cal Orcko: o maior legado da paleontologia da América do Sul. Transformar, v.12, n. 1, p. 134-143. E-ISSN:2175-8255 <Clique aqui para acessar o artigo fonte>

Fonte da imagem: Montagem das Figuras 6 e 7 do artigo fonte.

Publicado por Alexandre Liparini

Mineiro, gaúcho, sergipano, e por que não, alemão? No caminho sempre a paleontologia como paixão e agora como profissão. Adora dar aulas e pesquisar sobre origens e evolução. Se esse for o tema, podem perguntar, por que não?

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