Escrito em: 04 de abril de 2024
Por: Gustavo Henrique Jamarino Parreira
Uma infinidade de fósseis de vertebrados se mostram no Brasil em diversas bacias e formações rochosas. Os mais conhecidos são fósseis de peixes e répteis, além de, em menores quantidades, mamíferos da época do Pleistoceno. Muito pouco se tem sobre vertebrados do Paleozóico devido às limitações dos afloramentos do país.
O conhecimento sobre fósseis de vertebrados no país data de 1820, quando dois naturalistas alemães, Johann Baptist von Spix e Karl Friedrich Philipp von Martius, descreveram pela primeira vez o que atualmente se conhece como Formação Santana, uma das mais importantes e vastas do país. Desde então, o conhecimento na área se amplificou cada vez mais.
No âmbito geral, o que se observa é que o Brasil possui uma grande diversidade de alguns tipos de fósseis. Na grande maioria das formações e bacias, encontram-se fósseis de peixes e, em boa parte delas, de répteis. Formações como a Botucatu e a Rio do Peixe possuem grande quantidade de fósseis de rastros e pegadas (icnofósseis). São encontrados alguns fósseis de pterossauros e tetrápodes. Mais raro, mas ainda relevante, vemos fósseis de dinossauros, anfíbios, mamíferos e aves, e o único local que possui fósseis de répteis marinhos é a Bacia Pernambuco Paraíba, umas das poucas no mundo que preservaram tais animais.
Entre todas as abordadas, destaca-se a Formação Santana uma das mais importantes e famosas no quesito de vertebrados para o Brasil e para o mundo. Ela é dividida em membro Crato e membro Romualdo, com Crato possuindo fósseis de peixes, tetrápodes e alguns raros pterossauros, enquanto Romualdo possui fósseis de milhares de espécimes de peixes, muitos grupos de répteis, algumas espécies de dinossauros e tetrápodes, assim como de pterossauros. Ainda vale a pena citar as Formações Adamantina e Marília, que também possuem uma quantidade significativa de registros de vertebrados.
Portanto, essas descobertas realçam a importância do estudo paleontológico no Brasil, deixando evidente a grande variedade de fósseis preservados no país. Esse tipo de pesquisa revela cada vez mais sobre a diversidade de animais, plantas e paleoambientes que já existiram nos territórios brasileiros, o que nos ajuda a entender um pouco mais da história do lugar onde vivemos.
Texto fonte: Alexander W. A. Kellner; Diogenes de Almeida Campos. (1999). Vertebrate paleontology in Brazil – a review. IUGS Episodes. v. 22, n. 03, p. 238-252.
Disponível em: https://www.episodes.org/journal/view.html?doi=10.18814/epiiugs/1999/v22i3/012.
DOI: https://doi.org/10.18814/epiiugs/1999/v22i3/012.
Fonte e legenda da imagem de capa: Pegadas de dinossauro.
Disponível em: Figura 2(c) do artigo.
Texto revisado por: Luís Filipe Cardoso Queiroz e Alexandre Liparini.