Um tumor do passado: A marca cancerígena descoberta através de um fóssil de dinossauro

Escrito em: 6 de novembro de 2023

Por: Izabela Oliveira

O osteossarcoma é um tipo de câncer que se desenvolve nos ossos, possui uma incidência alta de 3,4 milhões de casos por ano. 

Geralmente, em seres humanos o osteossarcoma é mais incidente na adolescência e na vida adulta jovem, isso porque durante as nossas primeiras décadas de vida, passamos por muitos desenvolvimentos acelerados podendo gerar um crescimento anormal das células do tecido ósseo, esse tumor pode gerar alguns desconfortos, incluindo fraturas nos ossos. Vale ressaltar que cada tumor tem sua particularidade no desenvolvimento.

Mas afinal, esse post não era pra falar do câncer em um dinossauro? Pois vamos lá! Imagine o osteossarcoma no osso de um dinossauro. Sim, esses animais gigantes e antigos também não estavam “imunes” a essa doença famosa do século XXI. Esses registros nos revelam que o cânceres em geral possivelmente estiveram presentes na vida dos seres vivos desde bem antes da existência dos seres humanos e que vários fatores podem influenciar o desenvolvimento de tumores na vida dos organismos, independente da época em que ele viveu. Porém, uma das maiores limitações dentro da paleontologia relacionada aos nossos dinossauros é a perda dos tecidos moles e os diferentes estados de preservação de fósseis. Portanto, identificar um câncer maligno em um dinossauro é um grande desafio!

 De acordo com o artigo e o pesquisador Seper Ekhtiari, essa é a primeira descoberta de um osteossarcoma em um dinossauro, pertencente à espécie Centrosaurus apertus , que existiu entre 77- 75 milhões de anos atrás. O animal foi descoberto no Canadá em 1989, e uma característica muito marcante para os pesquisadores que tiveram esse achado foi uma “fratura” em um dos membros do fóssil. Anos depois, através de análises macroscópicas, de radiografia e histológicas por patologistas e especialistas em oncologia, além de comparações do fóssil com um caso humano de osteossarcoma e uma fíbula de um Centrosaurus apertus considerado saudável, a confirmação veio: aquela fratura inusitada, na verdade, era um câncer no tecido ósseo!

Texto fonte: Seper Ekhtiari, Kentaro Chiba, Snezana Popovic, Rhianne Crowther, Gregory Wohl, Andy Kin On Wong, Darren H Tanke, Danielle M Dufault, Olivia D Geen, Naveen Parasu, Mark A Crowther, David C Evans, First case of osteosarcoma in a dinosaur: a multimodal diagnosis, The Lancet Oncology, Volume 21, Issue 8, 2020, Pages 1021-1022, ISSN 1470-2045.

Disponível em : https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1470204520301716

Fonte e legenda da imagem de capa: Figura . Histologia de dinossauros e osteossarcomas humanos

Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1470204520301716


Texto revisado por: Leticia Lopes e Alexandre Liparini.

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