Escrito em: 05 de novembro de 2023
Por Aiessa Santos Marques
Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os dinossauros eram gigantescos, ou pareciam lagartos que caminhavam apenas sobre a terra firme. Outro equívoco popular é pensar que, todos os animais pré-históricos eram dinossauros. Durante a Era Mesozoica, entre 250 e 65 milhões de anos atrás, os mares foram habitados por répteis aquáticos que, assim como os pterossauros (répteis voadores) e crocodilomorfos (grupo dos crocodilos), também não pertencem ao grupo dos dinossauros mas compartilharam o mesmo período na Terra. Alguns desses animais não possuem mais representantes atuais, são eles: os ictiossauros, plesiossauros e mosassauros.
Os ictiossauros são facilmente associados aos golfinhos por suas semelhanças superficiais, como a presença de nadadeira dorsal e as narinas posicionadas do topo do crânio, mas apesar das aparências os ictiossauros possuíam características únicas e marcantes, dentre elas: a presença de membros posteriores e o movimento da nadadeira caudal igual ao dos peixes, com movimentos laterais. Os fósseis desses animais datam de 250 a 90 milhões de anos atrás e indicam que eles estão relacionados com um grupo de répteis conhecidos como diápsidos o que pode sugerir uma evolução semelhante à dos psitacídeos (golfinhos e baleias) que possuíam antepassados terrestres que gradativamente se adaptaram ao ambiente aquático.
Um fato curioso sobre esse grupo é que ele possuiu um dos maiores globos oculares em comparação à massa corporal dentre os animais, podendo chegar a 23 centímetros em um animal de 4 metros de comprimento! Se compararmos com uma baleia azul que pode chegar a 30 metros de comprimento com um globo ocular de 15 centímetros podemos dimensionar o quão importante deveria ser o sentido da visão para essesanimais
Os plesiossauros eram criaturas incomparáveis a qualquer outro animal que conhecemos hoje ! Sua estrutura corporal comportava e um pescoço longo e esguio com até 71 vértebras e caudas curtas que pela estranheza do animal, foram motivo de confusão para um pesquisador que reconstruiu o fóssil de maneira errada, trocando a cabeça pela cauda. Estes gigantes possuíam dentes longos e afiados adaptados para a caça, além de adaptações para a locomoção aquática, como corpo alongado e grandes nadadeiras em forma de remo.
A origem desse grupo é um tema não concluído dentro da paleontologia, já tendo surgido diversas teorias sobre o seu parentesco, como a união dos plesiossauros e ictiossauros em uma única subclasse chamada Euryapsida, mas nenhuma das hipóteses estava correta.
Algumas pessoas já ouviram falar sobre esse estranho animal pescoçudo nas histórias sobre monstros! Uma lenda antiga sobre uma serpente nas águas do Lago Ness nas Terras Altas da Escócia roda o mundo com montagens fotográficas que ilustram o Monstro do Lago Ness, com seu pescoço longo e crânio pequeno. Tudo indica ser um plesiossauro, mas que existe apenas na imaginação da população, já que a aparição do animal foi confirmada como um mito.
Já os mosassauros tiveram uma grande importância no desenvolvimento das ciências naturais e da teoria da evolução biológica por terem sido os primeiros répteis extintos reconhecidos pela ciência. Os fósseis indicam que eles viveram entre 100 e 66 milhões de anos atrás e foram animais adaptados à vida no ambiente aquático. Esses animais tinham hábitos de caça e possuíam entre 1 a 15 metros de comprimento.
A respeito da origem e parentesco desses animais, acredita-se que eles evoluíram de um grupo de répteis terrestres que inclui serpentes e lagartos atuais, que possuem relação com o dragão-de-komodo (Varanus komodoensis) e os lagartos-monitores.
Todos esses répteis, juntamente com grande parte dos dinossauros, desapareceram sem deixar descendentes.
Texto fonte: Sgarbi G.N.C., Bittencourt J., Marinho T.S. (2016). Répteis que um dia dominaram os mares. Terræ Didatica, v. 12, n. 1, p. 69-77. Doi: 10.20396/td.v12i1.8645966.
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8645966.
Fonte e legenda da imagem de capa: Imagem ilustrativa próxima do que seria um espécime do gênero Elasmosaurus da ordem Plesiosauria.
Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8645966/13159.
Texto revisado por: Damiane Mello, Sandro Ferreira e Alexandre Liparini.