Escrito em: 12 de Abril de 2023
Por: Letícia Reis Cussat
Uma revisão publicada na Revista Brasileira de Paleontologia, em 2012, reúne uma minuciosa reavaliação proposta por Martins Neto (1986) dos espécimes atribuídos a nova espécie Pricesaurus megalodon, inferido como um novo pterossauro pterodactiloide, pertencente à Formação Romualdo da Bacia do Araripe.
Os objetos usados no estudo são um fragmento rostral e o fragmento médio do crânio, porém esses materiais possuem características incertas sobre o novo gênero e espécie, levando a uma grande dúvida sobre sua posição na filogenia.
Kellner & Campos (1988), para confrontar a afirmação de Martins Neto (1986), em um outro estudo afirmam que o material seja de, provavelmente, dois crânios de animais distintos, sendo o fragmento rostral possuindo afinidades com o gênero Anhanguera, e o outro espécime da parte média do crânio não tinha preservação adequada e características distintivas para permitir a sua identificação precisa, levando os autores a atribuí-lo ao grupo genérico Pterosauria indet.
Após uma minuciosa reavaliação dos espécimes atribuídos ao Pricesaurus megalodon, um novo estudo publicado conclui que o material não constitui um táxon distinto, como originalmente proposto em 1986.
Portanto, o táxon Pricesaurus megalodon é considerado um nomen nudum, ou seja, um nome sem características diagnósticas distintas, como os autores dessa revisão afirmam “os espécimes referidos a P. megalodon nunca foram estudados em detalhes ou ilustrados.” Por fim, foi publicado em desacordo com as recomendações do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
Esses resultados destacam a importância da revisão e reavaliação constante de espécimes fósseis para uma melhor compreensão da biodiversidade passada.
Texto fonte: Pinheiro et al. (2012). What is “Pricesaurus megalodon”? REASSESSMENT of an enigmatic pterosaur. Revista Brasileira de Paleontologia. 15(3):264-272. doi:10.4072/rbp.2012.3.03. Acesso em 10/04/2023.
Fonte e legenda da imagem de capa: Foto das peças anatômicas utilizadas no estudo. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.sbpbrasil.org/revista/edicoes/15_3/03_Pinheiro_et_al.pdf&ved=2ahUKEwiK5LmUgaX-AhVCqZUCHdQsC90QFnoECBQQAQ&usg=AOvVaw1jqI0aU3_DWK4gcYTByGMc
Texto revisado por: Cíntia Silva e Alexandre Liparini.