26 de setembro de 2022
Por: Ana Luiza Silva Araújo
Os insetos constituem o grupo de animais mais abundantes, ocupando quase todos os habitats do planeta. Atualmente, atribuímos essa realidade ao fato de que grande parte deles possuem asas. O voo dos insetos, possibilitado pelas asas, apresenta variadas funções importantes nos hábitos desses animais, como a busca de alimentos, fuga de predadores, procura por um parceiro para acasalamento, etc.
Porém, a pergunta que fica é: de onde vieram as asas existentes nos insetos atualmente?
Para responder a essa questão, seria interessante compreender a história evolutiva desses invertebrados através de seu registro fóssil, por exemplo. Porém, as informações obtidas através dos fósseis de artrópodes como um todo são incompletas ou mesmo contraditórias e não conseguimos traçar uma história contínua/linear. Por isso, contamos com algumas hipóteses que podem responder à pergunta. A seguir, serão listadas duas das principais estipulações a respeito do assunto.
1- A teoria das nadadeiras: os insetos conviveram com mudanças climáticas de grande impacto no ambiente terrestre, o que obrigou alguns grupos a migrarem para os ambientes aquáticos, fazendo com que suas asas se desenvolvessem para desempenhar a função de nadadeiras articuladas e com musculatura própria. Devido à necessidade de acasalamento e dispersão, esses animais se tornaram anfíbios (por viverem em dois ambientes) e as “nadadeiras” serviram também para locomoção no ar;
2- Teoria das brânquias cobertas: essa teoria defende que os insetos se adaptaram a uma condição aquática, reduzindo a espessura do exoesqueleto para que as trocas gasosas (respiração) fossem possíveis. O movimento das “nadadeiras” seria um fator importante para a movimentação da água e uma maior tomada de oxigênio. Ao retornar para o ambiente terrestre, as asas passaram a ser utilizadas na locomoção aérea.
As duas teorias apresentadas, assim como as outras teorias existentes, possuem evidências fósseis que as suportam. Porém, a origem das asas nos insetos ainda não possui uma resposta definitiva.
Artigo fonte: Carrano-Moreira, A. F. (1994). Origem das asas dos insetos: uma revisão das atuais hipóteses. Cadernos Ômega. Série Agronomia, Recife, n. 6, p. 25-33. Disponível em: https://repository.ufrpe.br/handle/123456789/603 (acessado em: 09/05/2023)
Fonte e legenda da imagem de capa: Porção direita de uma cigarra com asas abertas bem evidentes. Imagem elaborada pela própria autora do texto: Ana Luiza Silva Araújo.