Métodos novos para aprender sobre coisas antigas

24 de setembro de 2022

Por: Emanuele Quinetti Ribeiro

As redes sociais hoje vão muito além de um lugar de compartilhamento de fotos, elas são utilizadas como veículo de notícias, entretenimento, comércio e também como uma extensão da sala de aula.
Atrair atenção dos alunos na sala é uma tarefa bem complexa, principalmente quando se trata de temas “distantes” do nosso cotidiano. Professores da Paleontologia enfrentam um grande desafio para ensinar a matéria, pois além de estudar os seres vivos de períodos geológicos remotos e seus vestígios, ela é uma ciência complexa que descreve e classifica os fósseis, busca entender a interação desses seres pré-históricos com o ambiente da época, entre outros assuntos que dependem muito da capacidade criativa dos alunos de imaginar situações do passado da Terra. Além disso, paleontologia é retratada hoje em grandes sucessos do cinema, desenhos, livros e documentários, que utilizam de extrema ficção para despertar interesse e distorcem a realidade dos tempos passados, o que contribui ainda mais com o distanciamento do aluno ao ensino da Paleontologia como realidade e ciência.

Pensando nisso, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia campus de Jequié, decidiu avaliar o envolvimento dos alunos com as publicações online direcionadas a disciplina de Paleontologia do curso de Ciências Biológicas por um perfil criado no aplicativo Instagram (@labgeo.uesb) e analisar o envolvimento nas aulas em sala. A pesquisa foi realizada com 25 alunos da disciplina de Paleontologia, no segundo semestre de 2018.

O perfil do Laboratório de Geociências (@labgeo.uesb) foi criado na plataforma Instagram e depois os alunos foram convidados a seguirem a página e acompanharem as publicações em imagem e vídeos com temas abordados em sala, curiosidades e notícias relacionadas com a disciplina sempre antes e depois das aulas. Um questionário foi utilizado posteriormente para maior detalhamento dos dados e também foi analisada a interatividade dos alunos tanto nas aulas quanto na página criada na rede social.

E se você imagina que o interesse dos alunos aumentou depois da criação da página, você está certíssimx!!! A maioria dos alunos se interessaram mais pela disciplina e utilizaram das redes sociais para ver conteúdos relacionados após a criação do perfil @labgeo.uesb.

Essa estratégia de ensino permitiu com que o conteúdo de Paleontologia extrapolasse as paredes da sala de aula de uma forma mais divertida e tornasse parte do cotidiano dos alunos, sem aquele estresse de ver o conteúdo apenas para fazer trabalhos, provas e ser aprovado na disciplina, e com isso, alunos passaram a ter maior interesse e entendimento da matéria a partir da interação com as publicações do Instagram.

Artigo fonte: DA SILVA, D.; LEAL, L. Utilização do Instagram no ensino de Paleontologia. Revista Insignare Scientia – RIS, v. 5, n. 1, p. 484-505, 16 mar. 2022. Disponível em https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RIS/article/view/12635. Acessado em: 24/04/2023

Fonte e legenda da imagem de capa: Perfil do Laboratório de Geociências da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia campus de Jequié no Instagram. Extraída do artigo fonte.

Publicado por Alexandre Liparini

Mineiro, gaúcho, sergipano, e por que não, alemão? No caminho sempre a paleontologia como paixão e agora como profissão. Adora dar aulas e pesquisar sobre origens e evolução. Se esse for o tema, podem perguntar, por que não?

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