Caracterização da megafauna do Pleistoceno

25 de setembro de 2022

Por: Frederico Arleo Rezende Zampier

A história da vida na Terra passou por vários altos e baixos, com diversos ciclos de surgimento e extinções de espécies das mais diferentes formas. Mudanças nas condições climáticas, sejam elas causadas por mudanças geológicas próprias do planeta, ou por fatores externos, como foi o caso da extinção dos dinossauros com a queda de um meteoro, são determinantes para esse processo de renovação das espécies. Um dos mais recentes processos de extinção foi a da chamada “megafauna” há 10 mil anos atrás, e um dos fatores que chamam a atenção é pelo possível envolvimento dos seres humanos no processo de extinção pelo processo de caça, além de mudanças climáticas.

Mas quais características são utilizadas para definir que uma espécie realmente pertenceu à megafauna? A maioria das pesquisas acerca desse tema utilizam como critério a ser considerado exclusivamente a datação do fóssil, ser da Época Pleistoceno, e o tamanho corporal, seja o peso ou o comprimento da espécie estudada, em grande maioria dos casos pertencentes ao grupo dos mamíferos. Um problema dessa classificação clássica de megafauna é que o tamanho a ser considerado leva em consideração o tamanho da espécie em relação ao ser humano. Esse parâmetro facilita a análise de dados, porém desconsidera espécies que evolutivamente possuem tamanho menor do que de humanos.

Dessa forma, uma nova abordagem sobre esse tema foi proposta, que ainda considera o tamanho corpóreo das espécies, porém leva em conta o grupo pertencente e o quanto a espécie em estudo se destoa em relação às outras no quesito tamanho. Com essa abordagem, outros grupos além de mamíferos podem ser abrangidos para essa classificação, passando uma visão mais exata de como era composta a megafauna nesse período recente da história da vida na Terra.

Texto fonte: Marcos Moleón, José A. Sánchez-Zapata , José A. Donázar , Eloy Revilla, Berta Martín-López , Cayetano Gutiérrez-Cánovas , Wayne M. Getz , Zebensui Morales-Reyes , Ahimsa Campos-Arceiz , Larry B. Crowder , Mauro Galetti , Manuela González-Suárez , Fengzhi He, Pedro Jordano, Rebecca Lewison , Robin Naidoo , Norman Owen-Smith , Nuria Selva , Jens-Christian Svenning , José L. Tella, Christiane Zarfl , Sonja C. Jähnig , Matt W. Hayward , Søren Faurby , Nuria García , Anthony D. Barnosky and Klement Tockner. (2020) Rethinking megafauna. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, v. 281, n. 1922, p. 20192643. Doi: https://doi.org/10.1098/rspb.2019.2643 . Acessado em: 20 de abril de 2023.

Fonte e legenda da imagem de capa: Reconstrução artística de representantes da extinta megafauna. Extraída de commons.wikimedia.org. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_pair_of_Woolly_Rhinoceros.jpg . Acessada em: 20/04/2023.

Publicado por Alexandre Liparini

Mineiro, gaúcho, sergipano, e por que não, alemão? No caminho sempre a paleontologia como paixão e agora como profissão. Adora dar aulas e pesquisar sobre origens e evolução. Se esse for o tema, podem perguntar, por que não?

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